terça-feira, 19 de março de 2013

ANTONIO IMBASSAHY: CONTROLE DA MÍDIA É OBSCURANTISMO

Partidos políticos, organizações, entidades, meios de comunicação e cidadãos que acreditam na democracia e estão comprometidos com os direitos e as liberdades individuais e coletivas garantidas pela Constituição do país, em alerta! Explico: no dia 2 de março passado, o diretório nacional do PT-Partido dos Trabalhadores divulgou uma resolução convocando a sua militância em todo o país para iniciar, já, uma campanha de coleta de mais de 1,5 milhão de assinaturas com o objetivo de ‘apresentar ao Congresso um Projeto de Lei de iniciativa popular em favor de um novo marco regulatório das comunicações, tal como proposto pela CUT, pelo Forum Nacional de Democratização da Comunicação e outras entidades’...

Como veremos a seguir, sob o engodo de ‘um novo marco regulatório’, o que o partido do poder busca mais uma vez, de fato, é criar mecanismos ‘legais’ de controle dos veículos e do conteúdo da informação em todo o Brasil. Ou seja, almejam, e já estão a brigar por isso, que representará a volta da inominável censura, a mesma que tanto maculou nossa história e as liberdades individuais nos tempos mais cinzentos da ditadura militar, e que tantas críticas mereceu, de forma contundente, da militância petista.

Não, não estamos a imaginar fantasmas, vendo o que não existe. Observem com atenção o que diz o documento do PT: ‘... O FNDC reivindica que este marco regulatório contenha também mecanismos de controle, pela sociedade, de seu conteúdo e da extrapolação de audiência[...] mecanismos que estimulem e permitam o controle público sobre a programação’... E por aí vão.
Ora, o controle da mídia, dos meios de comunicação é algo antidemocrático, inaceitável e incompatível com o momento em que vivemos. Significa um retrocesso, só explicável como delírio autoritário de mentes retrógradas, regressão a um passado sombrio, que os setores mais avançados e comprometidos com as liberdades democráticas e com a modernidade certamente não deverão aceitar em nenhuma hipótese.

É lamentável e inacreditável que um partido político, que se diz popular e que se apresenta como representante da classe trabalhadora brasileira, tente, dessa forma obstinada, amordaçar a mídia, o pensamento, justo em um instante de intensa disseminação da informação em tempo real, globalizada. Isso já quase nos meados da segunda década de um novo milênio, do século 21, quando se consolida uma das maiores revoluções da história da humanidade, exatamente na área das comunicações, da informação imediata.

Esses arautos do atraso por certo escondem fortes motivos suspeitos por trás de seus abjetos objetivos. O Brasil moderno e democrático, que caminha rumo à transparência, não comporta tais atos de obscurantismo e a sociedade organizada vai lutar contra eles. Não aceitaremos tamanho golpe contra a democracia estabelecida.

* Antonio Imbassahyé deputado federal pelo PSDB

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